sábado, 31 de outubro de 2015

BOLSONARO ME CHAMOU PRA BEBER CERVEJA

No final de uma entrevista e depois de um questionamento meu, Bolsonaro me chamou para tomar uma cerveja com ele, seu filho e equipe.

Foto reproduzida: site Extra


    Vou começar esse texto explicando o título. Sim, hoje ele me chamou pra tomar uma cerveja, pra que eu acreditasse que ele não é homofóbico e que é gente boa.         É dessa forma e com seu sarcasmo que tira aplausos e gargalhadas, assim que ele está conquistando muitas pessoas, é falando que quer acabar com a violência e que espera que todos sejam ricos, que ele vai iludindo muitas pessoas que estão cansadas de violência e preferem como ele, que os bandidos sejam mortos.
      Mas preciso explicar que esperei acabar a entrevista para confirmar tudo que já tinha ouvido falar dele e também, para não atrapalhar o colega que o entrevistava, mas antes de escrever aqui o que disse a ele, preciso citar uma das falas dele que motivou a me manifestar.
_ Bolsonaro disse (mais uma vez) que uma criança afeminada se levar palmadas , não será gay;
Agora segue um pouco do que eu disse:
“Tentei aqui, como estudante de jornalismo, ser imparcial, mas isso é impossível quando o que você diz me atinge.” Sim, chamei ele de você, não chamaria ele de senhor, como muitos lá fizeram, pois não tenho respeito nenhum por esse ser.
      Falei que já fui agredido e citei outro fato trágico que prefiro não comentar aqui, mas que sempre procurei ser uma pessoa com ética, que nunca fiz nada que prejudicasse ninguém, que minha família tem muito orgulho de mim e que minha mãe fala isso sempre. Então questionei:
“Será que mereço ser agredido só por amar alguém do mesmo sexo? Será que mereço perder a pessoa que amo assassinada?”
      Algumas pessoas nesse momento tentaram me calar, mas segui dizendo que o pensamento de que uma criança afeminada levando palmadas, deixa de ser gay, é ridículo. Com certeza isso não faria com que eu deixasse de ser gay, isso poderia sim, me  tornar uma pessoa violenta. Ele como formador de opinião, deveria entender que muitas pessoas ignorantes seguem o que ele diz e que por mais que afirme não ser homofóbico e que não é machista e etc, esses ignorantes que votam nele podem sim ser violentos com gays e mulheres. Finalizei perguntando se ele não percebe que está instigando a violência.
      Ele como bem percebi, se esquiva, muito bem, dos rótulos de homofóbico, racista, machista e etc, mas com seu sarcasmo que gera risadinhas ignorantes e aplausos de macacos de auditório, deixa bem claro seu posicionamento dizendo:
_ Que gays são os maiores transmissores de HIV, que a maioria dos pedófilos são gays;
_ Que é contra sistema de cotas, perguntou para uma aluna negra se ela é a favor de cotas para brancos no pagode;
_ Que a Simone de Beauvoir era pedófila e que as escolas estão ensinando as crianças a serem gays;
_ Que é a favor da pena de morte e que por ele daria fuzil para algumas pessoas e que qualquer um com mais de 21 anos deveria ter uma arma.

Ele disse outras asneiras, mas enfim... não estou colocando aqui nenhuma novidade e apenas coisas que ele disse fora da entrevista, não me surpreendi com as coisas que ele disse, mas tiveram duas coisas que mexeram comigo, uma delas foi a energia ruim que recebi, saí do estúdio me sentindo sujo por ter ouvido tudo aquilo, como se tivesse sido cúmplice de violência, saí pra baixo, querendo um banho de sal grosso. 
Outra coisa que me surpreendeu foi que está bem claro que pretende ser candidato a presidente e que muitos naquele estúdio o idolatram, vou dizer algo que nunca pensei em dizer...  se ele um dia for presidente, eu saio do Brasil, não consigo pensar em outra solução, e como ele conquista um grande número de pessoas insatisfeitas por conta da violência, ele também conquista machistas, homofóbicos, religiosos, xenófobos, racistas (por ser contra cotas) e pessoas idiotas que não entendem nada de direitos humanos, isso faz dele (infelizmente) um grande candidato.
      Respondo aqui o convite para a cerveja, pois não pude responder pra ele e nem pude falar mais:
Não Bolsonaro, eu não bebo e mesmo que bebesse, jamais faria isso na sua companhia e jamais votaria em você, hoje você só me confirmou todo pensamento que tinha, espero nunca mais ter que estar no mesmo ambiente que você, minha sugestão é que abandone a política e comece a fazer stand-up comedy, mas mesmo assim acho que não vou rir.

Obs: Não compartilhei aqui conteúdo da entrevista do colega que o entrevistou, apenas palavras ditas por mim ou por Bolsonaro durante intervalos e depois do fim da entrevista.
Agradeço as pessoas que depois me deram apoio, algumas disseram que se emocionaram com o que eu disse e recebi até abraços, isso me dá esperanças.

ABRAÇOS ORGULHOSOS
ALEX TIETRE

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Câmara define como família somente pai e mãe

Decisão da Câmara dos deputados exclui gays do Estatuto da Família

Por Gabriela Lima

Foto reprodução

     Na última quinta-feira, foi divulgado um Projeto de Lei com aprovação na Câmara dos Deputados pela Comissão Especial do Estatuto da Família (Projeto de Lei 6583/13), considerando união somente pai e mãe, tendo 17 votos favoráveis contra cinco contrários. Era um resultado esperado, pois havia uma bancada com muitos parlamentares religiosos.


     Essa decisão causou indignação em muitas pessoas e vem gerando questionamentos. Quem perdeu seus pais cedo, não pode ser considerado no Estatuto da Família? Temos visto na TV diariamente casos onde os pais abandonam seus filhos, rejeitam, ou até morrem... como ficam esses “órfãos”?!



     Alice Paura, 26 anos, sabe bem como é isso e comentou sobre o seu ponto de vista. “Pai e mãe é quem cria, quem dá amor, carinho, quem ensina e quem acompanha todos os nossos passos. Pai e mãe não é apenas quem registra ou quem faz. Pai e mãe são os que são presentes no nosso dia a dia. Perdi meus pais tinha 4 para 5 anos de idade, fui criada pelos meus avós e graças a eles tive um pai, uma mãe,  tive educação, tive muito amor e nunca me fez sentir falta dos que se foram. Nunca sofri com a ausência dos meus pais biológicos, pois os que me criaram fizeram o papel corretamente. Então na minha opinião essa lei não significa nada.  Pais são aqueles que  criam  e não quem faz!”  
     Érika Kokay (PT-DF), diz, "institucionaliza o preconceito e a discriminação", porém o deputado Takayama (PSC-PR) retrucou ao que ela disse e aos berros “homem com homem não gera" e "mulher com mulher não gera", logo em seguida manifestantes gritaram:"não gera, mas cria".

Antes da votação o site da Câmara dos deputados realizou uma enquete popular, veja abaixo o resultado:

     Enquetes - Resultado


Como é possível ver na imagem, os deputados não deram importância para a enquete.

Beijos de gloss!

Gabriela Lima


Curtam a página do facebook: https://www.facebook.com/sergayehmara

terça-feira, 29 de setembro de 2015

O FLERTE DOS GAYS COM O CINEMA

"Aumenta o número de filmes com temática LGBT no Brasil"


Cena do curta "Flerte" de Hsu Chien

     Não é de hoje que a sétima arte coloca nas telonas personagens gays, seja como protagonistas ou personagens caricatas na tentativa de fazer o público rir, mas independente da razão, eles estão em centenas de produções cinematográficas, desde o surgimento do cinema os gays sempre estiveram presentes, mas na China por exemplo, apesar de já existirem muitos filmes com gays e mesmo com o sucesso de Ang Lee, diretor de Brokeback Mountain, premiado no Oscar, só nesse ano os chineses puderam ver um filme gay nas telonas.
     Sãos inúmeros os filmes gays de sucesso ao longo dos anos, em alguns filmes com mais de 100 anos já tinha personagens gays, segue uma lista com alguns, dos anos 30 até o ano passado:
_ Diferente dos Outros (Anders als die Andern, Richard Oswald, 1930),
_ As Amizades Particulares (Les Amitiés Particulières, 1964),
_Os Rapazes da Banda (The Boys in The Band, 1970),
_Minha Adorável Lavanderia (My Beautiful Laundrette, 1985),
_Maurice (1987),
_Garotos de Programa (My Own Private Idaho, 1991),
_Traídos pelo Desejo (The Crying Game, 1992),
_Priscilla, A Rainha do Deserto (The Adventures of Priscilla, The Queen of Desert, 1994),
_Para Wong Fu, Obrigada por Tudo, Julie Newmar! (To Wong Foo, thanks for everything! Julie Newmar, 1995)
_Bent (1997),
_Cidade dos Sonhos (Mulhohand Dr., 2001),
_Má Educação (La Mala Educación, 2003),
_Mistérios da Carne (Misterious Skin, 2004),
_Transamerica (2006), Milk (2008),
_Direito de Amar (A Single Man, 2009),
_Minhas Mães e Meu Pai ( The Kids Are All Alright, 2010),
_Weekend (2012),
_Tatuagem (2013),
_Hoje eu quero voltar sozinho (2014),
_Praia do futuro (2014).

     Como é possível notar na lista acima, apenas nos últimos anos é que filmes brasileiros com temática LGBT ganharam visibilidade no circuito cinematográfico, os gays também ganharam mais espaço na tv, não apenas com personagens pequenos e caricatas, mas com histórias fortes e polêmicas, mostrando o primeiro beijo gay e o primeiro beijo lésbico, mas vamos voltar ao cinema.
     São muitas as razões para um aumento do número de filmes com essa temática no Brasil, as (pequenas) conquistas de direitos, manifestações, gays no poder, o talento de nossos cineastas e também o fato de que gays são um ótimo público alvo, gays consomem muita cultura e são bons consumidores, não economizam nesse quesito, existe também o fato de que o tema gera polêmica e isso acaba atraindo público, mas independente do motivo, o importante é que a comunidade LGBT está sendo representada nos cinemas, e o melhor, com filmes de qualidade.
     Mas as polêmicas, discussões e críticas também estão entre os gays, lésbicas, travestis e transexuais, muitos reclamam da forma que os personagens são apresentados, outros criticam o fato de usarem atores heterossexuais nesses personagens. Em conversa com o diretor de tv e cinema, Hsu Chien, que está com seu segundo projeto cinematográfico sobre gays, Hsu disse que acha uma discussão boba, “Filmes de grandes produtoras e distribuidoras que querem visar o grande público com um tema polêmico com certeza irão querer contratar atores que não sejam trans para interpretar o papel porquê isso é sinônimo de premiação. Um Ator ou atriz que faça uma performance digna e verdadeira provavelmente estará se desafiando como artista. E o público adora isso. Produções independentes por sua vez, irão apostar em artistas trans, pois isso irá conferir naturalismo, e existe um público que quer consumir essa onda de filmes realistas.”
Hsu Chien

     Ele também contou o motivo de estar mais uma vez dirigindo um curta com essa temática, seu novo projeto tem como título, “Encanto” e seu primeiro curta gay “Flerte”, já recebeu vários prêmios e continua concorrendo em festivais pelo mundo. “A idéia do curta ENCANTO veio do meu amigo e produtor Marcio Rosario. Existem muitos Festivais LGBTS mundo afora, e uma plateia ávida em consumir esses produtos.  Eu quando Dirijo não faço distinção entre gêneros ou temas, faço tudo com muita dedicação e afinco”, afirmou Hsu.


     A ideia do filme partiu de histórias que ouvia na adolescência no Rio de Janeiro, os anos 80 eram bastante permissivos e perigosos. Havia a Via Ápia, que era ponto de prostituição masculina e a Pedra do Arpoador era ponto de pegação gay. Tinham casos de gays assaltados e assassinados em ambos os lugares. São muitos casos de crimes contra homossexuais, por isso resolveu escrever o roteiro de Flerte. “Quis fazer um alerta para os gays”, justificou o diretor.
     Que venham muito filmes de muitos diretores, contanto que tenham a mesma qualidade dos filmes de Hsu Chien, Karim Aïnouz (Praia do futuro), Daniel Ribeiro (Hoje eu quero voltar sozinho), Hilton Lacerda (Tatuagem), entre outros, e que o Brasil represente com muito talento, não só a comunidade LGBT, mas todos os brasileiros, viva a sétima arte.

ABRAÇOS ORGULHOSOS
Alex Tietre

terça-feira, 1 de setembro de 2015

A 1ª MULHER TRANSEXUAL E A 1ª VEZ QUE ME DEPILEI

Lili, a primeira mulher transexual serviu de inspiração para o roteiro de The Danish Girl (A Garota Dinamarquesa), filme com o premiado ator Eddie Redmayne  e a minha comparação com a primeira vez que depilei as pernas.

 
Eddie Redmayne, como Lili e Lili Elbe - foto reprodução
Einar Mogens Wegener, nasceu em Vejle, na Dinamarca, em 1882, nasceu e teve seu sexo atribuído ao masculino, mas se descobriu Lili, uma mulher. Apesar de ter sido casada com uma mulher, sempre teve uma aparência andrógena, ou seja, com características tanto masculinas como femininas, mas o entendimento de que havia algo “estranho” com sua aparência e seus desejos, veio depois do casamento, até que sua transformação começou nas suas vestimentas e finalmente fez a cirurgia, logicamente depois de um longo processo de conflitos e sofrimentos. Foi provavelmente a primeira mulher transexual, seu casamento foi anulado depois da transição de gênero, quando afinal passou a ser Lili Elbe, que veio a falecer depois de uma tentativa de transplante de útero, sua história foi adaptada para o cinema com o título de A garota dinamarquesa (The danish girl), com atuação de Eddie Redmayne e direção de Tom Hooper (Os miseráveis).


Mas esse texto não é necessariamente sobre o filme, nem somente sobre transexualidade, até porque posso cometer alguns erros aqui no que diz respeito ao assunto, o ser humano é muito complexo, somos infinitos em nossas dúvidas pessoais e é sobre essas dúvidas, conflitos e preconceitos que pretendo falar, de forma bem amadora até,  mas com todo respeito, respeito a diversidade.
Acredito eu que esse filme, pelo tema e dimensão de visibilidade, trará a tona a discussão sobre as cirurgias de transição de gênero, para muitos é complicado entender as diferenças entre gay, transexual, travesti, bissexual, pansexual, g0y, mulher trans, homem trans, intersexual, cis e sei lá mais o quê. Sinceramente? Não acho que eu precise saber ou entender o que significa cada um, primeiro preciso aprender a respeitar como a pessoa se identifica.
Acho que foi isso que levou Einar a querer mudar seu corpo e passar a ser Lili, o fato de não se identificar com o seu corpo.
O que nos faz ser quem nós somos? Nosso cérebro? Nosso corpo? Nossa alma?
Talvez tudo isso ou nada disso! O que interessa que é sejamos felizes, seja usando saia ou calça, cabelo comprido ou curto, com barba ou sem, pelos na perna ou não. Isso me faz lembrar de algo que aconteceu comigo e associar com a cena do filme em que ele coloca um vestido pela primeira vez.
Até os 35 anos nunca havia depilado as pernas e para fazer uma tatuagem o tatuador depilou o local da tattoo, então ficou estranho só uma perna depilada, acabei depilando as duas pernas e no banho a sensação de sentir a água escorrendo pelas pernas foi diferente, interessante, não a ponto de ser excitante e muito menos de querer começar a fazer coisas que muitas vezes são tidas como femininas, mas isso me fez pensar que assim como no filme,  quando ele colocou um vestido pela primeira vez, fez com que algo nele despertasse e ter novas sensações é bom e não devemos nos privar por preconceitos, precisamos nos descobrir.
O homem é um universo a ser explorado e conhecermos nós mesmos é fundamental, mas infelizmente vivemos onde o correto é ser semelhante, alguém que foge dos padrões é hostilizado, os “diferentes” sofrem preconceitos que matam e esquecemos que ninguém é igual a ninguém, cabe a cada um decidir o que é melhor para si, para seu corpo, seu cérebro e sua alma, se é que são esses, componentes que nos definem. Será que precisamos nos definir? Devemos sim tentarmos nos entender, entendermos a nós mesmos, para que tenhamos mais momentos de felicidade, realização, prazer, não existe um manual de sobrevivência do ser humano, estamos aprendendo a todo momento e para um melhor aprendizado, precisamos agir, e a atitude de mudar, assim como realizar uma cirurgia de transição de gênero ou simplesmente depilar as pernas é algo de direito pessoal e não cabe ao outro criticar ou tentar entender, sei que são mudanças completamente diferentes, mas ainda assim um direito pessoal.
Uma cena perfeita do filme é quando Lili, ainda como Einar, antes da cirurgia, diz pra sua ainda esposa, que acredita ser uma mulher e a esposa, provando seu amor, diz:
EU TAMBÉM ACREDITO!

Sua vizinha, a Lili, o filho da Gretchen, a travesti ou eu com minhas pernas depiladas, merecemos o respeito, pois cada um tem a sua diferença, mas todos queremos ser felizes!


ABRAÇOS ORGULHOSOS

Alex Tietre

terça-feira, 30 de junho de 2015

O FILTRO DO ARCO-ÍRIS E A MANIPULAÇÃO SEM FILTRO DE MARCO FELICIANO

A campanha do facebook é uma forma de rastrear as pessoas que usaram a bandeira gay.



     Mais uma vez algo relacionado aos gays sendo motivo de discussão, mas desta vez, ao contrário de muitas outras, é por uma ação muito simples, um filtro para foto. Sim, isso mesmo, mas esse simples filtro ganhou força com o número de pessoas que passaram a usá-lo, usar as cores da bandeira gay sobre sua foto do perfil na rede social mais usada do mundo, não é pra qualquer um, o que parece um ato simples, tem um significado muito grande e por isso mesmo, eu me manifestei não apenas alterando minha foto, mas também com uma postagem emocionada, principalmente ao ver vários amigos heterossexuais usando o filtro, talvez alguns por “modinha” mesmo, como alguns chatos de plantão disseram.
     E daí se foi por modinha ou manipulação? O fato da pessoa usar o filtro, sabendo que  é uma campanha em apoio a legalização do casamento gay em todo território norte-americano, isso prova que ela não tem preconceitos com relação ao caso e isso é muito importante para toda comunidade LGBT. Ao vermos as muitas fotos coloridas da maioria de nossos amigos do facebook não só nos comprova que temos as pessoas certas ao nosso convívio, como nos deu uma alegria muito grande acreditar que estamos conquistando nossos direitos e temos o apoio de amigos.
     Como já era esperado, os “fiscais de cu”, como vulgarmente ou merecidamente são chamados os políticos que lutam contra os direitos dos gays ou como eles preferem dizer, em prol da família tradicional, logo se manifestaram contra,  Marco Feliciano compartilhou matéria dizendo que a campanha do arco-íris é uma manipulação midiática para rastrear as pessoas que aderiram a campanha e com isso fazer anúncios na sua página.
     Tá... e daí? Qual a novidade? Se você não sabia que é “rastreado” na internet, desculpa meu querido, mas...  (vou usar essa célebre frase, pra não te chamar de ignorante) “sabe de nada inocente”. Até uma criança sabe disso, vou ser bem didático e te dar um exemplo, faça uma pesquisa de passagens aéreas na internet e logo depois passará a receber anúncios de promoções de passagens na sua timeline. Entendeu ou quer que desenhe?
     O importante disso tudo, sabendo que mais de 26 milhões de pessoas aderiram a campanha do facebook, é que questões relacionadas ao universo LGBT estão sendo discutidas, isso é muito melhor do que vivermos na marginalidade, presos nos armários, escondendo nossos sentimentos. É fundamental que independente da forma, seja levantando bandeira, casando, usando filtro do arco-íris na foto ou simplesmente assumindo seu amor, que cada um quebre seus preconceitos, mostre ao mundo que preconceito é ignorância.
     Posso sim ter sido manipulado ao alterar minha foto (fui mais uma vez manipulado pela minha sobrinha Isabelly, ela que pediu pra eu mudar, eu ainda nem sabia da campanha... rs) antes mesmo disso, a internet já sabia que faço parte desse universo gay e que defendo essa causa, mas prefiro ser manipulado pela internet com um filtro de foto, do que ser manipulado por um político religioso ignorante, sem filtro nenhum.



Abraços Orgulhosos!

Alex Tietre

segunda-feira, 8 de junho de 2015

"A crucificação da travesti"

É muito simples a razão dessa imagem ser a polêmica do dia, o preconceito!

     Primeiro quero dizer que não queria escrever nada sobre isso, pra não gerar ainda mais polêmica, principalmente entre meus amigos, sim... tenho amigos contra, mas também não estou escrevendo a alguns dias pois fui questionado sobre meu posicionamento e exposição, que para alguns é desnecessária, que não preciso disso (defender a causa gay), pois sou discreto, não sou promíscuo, não pareço gay, que estou me "queimando" e etc. Confesso que isso me fez pensar que realmente, acabo perdendo algumas coisas ao me posicionar, com a manifestação no maracanã, entrevistas, o programa Central G, esse blog, algumas pessoas já se afastaram de mim, agressões e por aí vai.
     Mas hoje minha sobrinha adolescente, Isabelly, isso mesmo, com Y no final, nome parecido com o da travesti Viviany, da foto da parada gay... enfim, minha sobrinha, que é religiosa, foi coroinha e agora ajuda na igreja, mas é uma menina muito inteligente e esclarecida, me perguntou o que eu acho, não vou usar os mesmo argumentos que usei com ela aqui, mas fico feliz que ela tenha me entendido e principalmente, entendido a manifestação de Viviany, depois me sugeriu que eu escrevesse sobre isso, então essa postagem é pra ela, que amo, me ama e tenho certeza, que mesmo se eu fosse travesti, ela me amaria do mesmo jeito.
     Não espero com esse texto fazer com que meus amigos e todos os outros que estão contra, passem a aceitar ou deixar de achar ofensivo uma travesti se comparar com Jesus, nem espero acabar com o preconceito e com a homofobia do mundo, assim como essa travesti também não vai acabar. Mas se estamos discutindo sobre homofobia e com isso estamos podendo dizer que são muitas as travestis crucificadas (assassinadas), então a manifestação dela valeu a pena.
     O que não entendo é a razão de muitas pessoas ficarem chocadas com uma travesti se colocando como Jesus crucificado. E se não fosse uma travesti? Lembro que desde criança fiz encenações da paixão e morte de Cristo, inclusive sendo Jesus, depois com a minha cia de teatro que dirigiu por mais de 5 anos uma representação linda com mais de 500 pessoas no elenco, sempre foi o espetáculo em que mais me emocionava, pois saber que o povo decidiu que um homem passasse por todo aquele sofrimento, é muito triste.
     Mas toda essa representação, é só uma representação de uma injustiça e pronto, não é uma tentativa de ofender uma crença, mas sim de mostrar que o povo continua crucificando pessoas que não merecem morrer de forma tão brutal, assim como travestis são mortas todos os dias. Não é uma travesti se comparando a Jesus, é uma travesti comparando as injustiças, as torturas, a dor.
     Qual a razão de vocês criticarem a imagem da travesti na cruz e nunca terem postado em suas redes sociais uma critica sobre a grande quantidade de travestis que são assassinadas por homofobia ou o fato de travestis não conseguirem emprego ou não entenderem as condições que as levaram a ser como são?
Fiquem com Deus e lembrem, somos todos sua imagem e semelhança, amai-vos uns aos outros.



Abraços Orgulhosos!

Alex Tietre

quinta-feira, 7 de maio de 2015

A LEI DO BANHEIRO E OS IGNORANTES

Os ataques contra Dilma, PT e Jean Wyllys aliados a má divulgação das resoluções que garantem o uso do nome social e de banheiro público de acordo com a identidade de gênero.


   Foto: Adaptação de cartaz do filme Transamérica.

     Resolvi escrever sobre esse assunto depois de ver uma matéria circulando pelas redes sociais e gerando polêmica, principalmente porque a maioria só lia o título e mesmo lendo o texto todo continuaria tendo uma visão errada, o que na verdade é a real intenção do site “Cabral arrependido”, qualquer um com mínimo senso crítico e inteligência, percebe que os responsáveis pelo site fazem campanha contra o PT, a atual presidente e Jean Wyllys (PSOL), quero deixar claro que meu propósito não é defender políticos e sim a comunidade LGBTTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros).
     “Agora é Lei, um homem LGBT poderá usar o mesmo Banheiro da sua Filha na Escola”, esse é o título da matéria usando foto da Dilma e algumas vez também do deputado Jean Wyllys, é lógico que uma frase como essa faz com que muitas pessoas, algumas já com tendências preconceituosas e que não tenham nenhum entendimento sobre transexualidade acreditem que a partir de agora homens poderão entrar no banheiro de suas filhas e mostrar o pênis pra elas.
     Antes de tentar esclarecer melhor o que a lei propõe, quero deixar algumas perguntas que devem ser respondidas por e para vocês mesmos.
  •       Se uma travesti ou trans não pode usar banheiro feminino, então pode usar o masculino, mesmo que tenha aparência feminina?
  •           Se você é macho e não quer uma travesti mijando do teu lado então ela pode usar o banheiro feminino?
  •           Se uma travesti define seu sexo como feminino mas não pode usar o banheiro feminino e usando o masculino corre risco de ser agredida, que banheiro deve usar?
  •      Criar uma outra opção de banheiro, como alguns sugerem, não geraria ainda mais custos as instituições, não seria uma forma de discriminação, isolamento ou de colocar à margem alguém que quer inclusão e não exclusão?

                                                                                                                                                                 
           É fundamental deixar bem claro que o projeto é uma resolução do Conselho Nacional de Combate à Discriminação que ORIENTA escolas e universidades a reconhecerem e adotarem o nome social de travestis e transexuais, além de garantir que a pessoa transgênero escolha qual banheiro ou vestiário vai usar.
     Para os pais de família que se preocupam com o fato de ter alguém com pênis urinando ao lado de sua filha ou que heteros passarão a usar banheiro feminino para abusar de meninas, seguem algumas explicações bem claras e de fácil entendimento para ignorantes de plantão:
 _ Em banheiros femininos não existem mictórios com uma urinando ao lado da outra, portanto, sua filhinha não verá o pênis de ninguém, só se ela quiser, é claro;
_ Sua filha não correrá risco de ter um homem hetero usando o banheiro feminino com más intenções, pra isso ele teria que passar a usar roupas femininas e se comportar como tal;
_ Garanto que se sua filha tiver uma boa educação e for bem esclarecida tanto na escola quanto em casa, ela não terá preconceitos e até será uma ótima colega, com certeza ela já deve ter algum amiguinho gay;
_ Uma pessoa trans ou travesti não vai querer entrar no banheiro feminino só para ver a xoxotinha da sua filha, bem pelo contrário, a maioria quer distância;

     A ativista trans Daniela Andrade para o Portal Fórum, afirmou que não é o Estado que vai dizer qual o nome que deve ser usado, mas sim a pessoa que reivindicar a alteração. “A identidade de gênero é de autorreconhecimento soberano. Ninguém tem o direito de dizer que eu não sou mulher. Só quem pode entender isso sou eu mesma. A Constituição define que o Estado brasileiro vai prezar pela dignidade da pessoa humana. Será que é possível tratar dignamente uma pessoa, que se reconhece como mulher e quer ser chamada de Maria, chamando-a de João? e ressaltou também que a lei de registros públicos – Lei 6.015, de 1973 – definiu que o nome civil poderia ser mudado em algumas situações, como a exposição ao ridículo e disse ainda que os deputados deviam se preocupar em legislar sobre saúde, educação, segurança, em vez de se mobilizarem para derrubar direitos da população LGBT. “Eu queria saber o que mais eles fazem além de agir contra os poucos direitos conquistados por nós. Parece que vai acontecer a terceira guerra mundial, porque as pessoas trans vão ter o direito de ser chamadas pelo seu nome social”.
     Marco Feliciano e Jair Bolsonaro estão entre os políticos que querem cassar a resolução, o que não nos surpreende, afinal de contas não é á toa que são chamados de “fiscais de cu”, qualquer projeto que seja para defender os direitos dos gays esses dois homofóbicos e a bancada religiosa serão contra.
     O que também me indigna, além dos políticos que não entendem o quanto isso nos atinge e que nossos direitos não afetam a vida dos heteros, desde que esses mesmos heteros tenham compreensão e respeito por nós LGBTTTs, mas além disso o que realmente me entristece é ver pessoas próximas, colegas, se posicionando contra a lei, sem mesmo entendê-la ou sem tentar se colocar no lugar do outro, sem entender que algo que pra você, cotidianamente é tão simples, como o nome na chamada ou poder usar banheiro público, para outra pessoa é algo muito importante, não coloque seu posicionamento político na frente do seu respeito, ser contra a Dilma ou PT não pode fazer com que você seja contra qualquer projeto que faça parte do governo atual, analise antes de mais nada se realmente o projeto te atinge e quais os benefícios para o outro, pois independente se o outro é homem, mulher, gay ou hetero, merece ser feliz.


Abraços Orgulhosos!

Alex Tietre




domingo, 3 de maio de 2015

QUEM TEM MEDO DE MARCO FELICIANO?

 Assistindo a entrevista de Feliciano ao Roberto Cabrini no Conexão Repórter do SBT tive mais uma vez medo da lábia dele e principalmente medo do fato de querer ser presidente do Brasil.


     Foto: momento divã ou diva, como preferir.

     A primeira vez que tive "medo" do Marco Feliciano foi logo depois da minha manifestação no Maracanã, em todas as minhas entrevistas fui muito claro que o que havia feito era também para atingi-lo, pois na ocasião ele era o presidente da Comissão dos Direitos Humanos e tramitava o tal projeto de "cura gay", em algumas matérias sobre mim foram publicadas de forma errada que eu tinha dito que o projeto era dele, lógico que eu sabia que não era, mas também não sou bicha burra de acreditar que ele não fazia parte do projeto que tinha como autor o deputado João Campos (PSDB-GO), felizmente depois de menos de uma semana após eu ter erguido a bandeira gay na Copa das Confederações, o projeto que pretendia tratar homossexuais psicologicamente foi arquivada... Graças a Deus, Deusas, São Sebastião, Oxum, Madonna, Lady Gaga e etc.
     Enfim, na primeira vez que tive medo dele foi em uma entrevista em que ele se defendia do meu "ataque", dizendo que não era o autor do projeto e mimimi... mas não foi por isso que tive medo dele, pois sempre digo que não tenho medo de nada, mas nessa entrevista percebi o quanto ele é ardiloso e pra ser mais claro vou usar a bíblia, assim como ele faz o tempo todo, posso dizer que Marco Feliciano é um lobo em pele de cordeiro, com seu jeitinho manso e meigo (hehe... adorei usar essa definição pra ele) de falar, ele convence muitos facilmente. 


     A segunda vez que tive medo dele foi assistindo o programa Conexão Repórter, tentei achar o vídeo para colocar aqui mas não consegui, então resolvi colocar esse vídeo que é um clássico de suas pregações, pedindo senha do cartão de um dos fiéis, mas na entrevista cedida ao SBT ele mais uma vez se fez de vítima, falou de sua infância triste, das agressões que ele e sua família sofrem, se realmente isso for verdade sou totalmente contra violência, ele disse também que estudou muito sobre homossexuais e entre todos que entrevistou, 80% foram abusados sexualmente, apesar de ser contra violência, nessa hora me deu vontade de dar uma voadora no peito dele... uma de suas filhas, que também foi entrevistada, disse que se uma delas fosse lésbica o pai respeitaria (sabe de nada inocente).
     Resumindo, a entrevista fez com que ele realmente parecesse um cordeirinho quase sendo sacrificado, lutando pelas famílias usando dois livros, Bíblia e a Constituição, apesar de termos um Estado Laico. O fato de Feliciano desejar ser presidente do nosso país me faz ter ainda mais medo do porvir, pois como ele mesmo disse, acredita que é mais fácil ter um presidente evangélico que um presidente gay e isso me faz querer lutar cada vez mais contra o preconceito e homofobia, fazer com que as pessoas entendam que a pregação religiosa associada a política é muita mais maléfica do que a presença de gays, então sigamos na luta, erguendo bandeiras, saindo do armário, beijando muito, postando em nossas redes sociais o quanto famílias gays também são importantes para a evolução da sociedade, entre outras tantas formas de nos posicionarmos.


Abraços Orgulhosos!

Alex Tietre


quinta-feira, 30 de abril de 2015

Policial do PR faz campanha contra homofobia

O policial paranaense se inspirou em policial de Toronto que pintou o cabelo de rosa em defesa aos homossexuais.



Luke Watson, um policial canadense teve destaque nas redes sociais em vários países depois de tingir seu cabelo de rosa em campanha contra a homofobia, em sua manifestação ele e milhares de pessoas que aderiram a campanha, usam no twitter a hashtag #StopBullyingNow. 
A ideia surgiu depois que garotos heterossexuais de uma escola no Canadá criaram "o dia rosa" para apoiar um colega gay que sofria bullying. 



Mas no Paraná, um policial ainda não identificado provavelmente se inspirou no policial de Toronto e pintou o corpo de rosa, para lutar contra a homofobia (prefiro pensar assim), depois de uma brutal repressão de policiais contra professores que se manifestaram próximos a Assembleia Legislativa, em greve eles protestaram contra as mudanças na previdência para os servidores do Estado, durante o conflito mais de 200 professores e 20 policiais foram feridos, os 1500 (sim, mil e quinhentos) policiais da ação foram escalados pelo governador Beto Richa (PSDB) que apesar de toda a turbulência ainda foi capaz de dizer que os policiais ficaram parados, ou seja, a culpa é toda dos professores, afinal de contas professores são totalmente treinados para lutar, lutam todos os dias a favor da educação, enquanto alguns policiais brincam de pintar o corpo.
Esperamos também que o governador do Paraná venha em público com o corpo pintado de rosa, aderindo a campanha contra a homofobia e contra esses professores violentos, que usam lápis com pontas agudas, giz como munição e livros que podem fazer com que cidadãos aprendam também a lutar por seus direitos. 
Mas agora falando sério, esperamos que ao aderir a campanha contra a homofobia o governador não mude seu sobrenome para Beto Bicha, seria uma vergonha para nós que temos orgulho de sermos bichas e temos orgulho de nossos professores.

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Abraços Orgulhosos!

Alex Tietre

terça-feira, 28 de abril de 2015

          "POBRE, PRETO, VIADO..."

Podem parecer xingamentos, mas são algumas (estranhas) definições dadas ao rapper com muitas qualidades, além das, de ser negro, gay e Rico, Rico Dalasam.

(Foto: Uol)

“Se olhar a realidade dos negros e dos gays neste país, eu estaria quase morto. Minha narrativa fala sobre isso, mas com alegria, nada de cara feia, sacou?”, disse o rapper em entrevista para o El pais.

Não podemos negar que Rico está correto, ainda mais por morar em periferia, "se correr o bicho pega e se ficar o bicho come"... rs, além das dificuldades em ser pobre, sofrendo com o racismo que inacreditavelmente ainda existe, ainda precisa lidar com a homofobia que mata todos os dias, tira vidas e tira direitos, gays morrem e gays são agredidos todos os dias quando são xingados, quando não podem beijar em público, quando são impedidos de casar ou de terem filhos. 
Mas o que teria feito com que esse negro, pobre e gay tenha conseguido conquistar seu lugar ao sol? Vamos lá, "bota a cara no sol mona" e conheça o talento do rapper Rico Dalasam.


Espero que tenham gostado, mas caso hip hop não seja seu estilo preferido, independente do seu gosto musical, Rico merece sim nossos aplausos em pé, todo nosso apoio, pois quanto mais mostrarmos ao mundo que gays estão em todos os meios, em todas as profissões, todas as classes sociais... calma homofóbicos de plantão, não... não estamos dominando o mundo e nem queremos acabar com as famílias, apenas fazendo parte desse mundão que não é só de vocês, temos também direito ao nosso lugar e não abriremos mão disso, vamos assim, com jeitinho, delicado (ou não), conquistando nossos direitos e provando que somos normais, temos talentos e eu pergunto: 
O que seria do mundo sem os gays? E eu respondo: Chaaato!
E como na letra do Rica, vem, Aceite... 
"Que ainda dá tempo de ser quem si é
Tempo de ser quem se quer
Assim sem se importar..."

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Abraços Orgulhosos!
Alex Tietre