quinta-feira, 7 de maio de 2015

A LEI DO BANHEIRO E OS IGNORANTES

Os ataques contra Dilma, PT e Jean Wyllys aliados a má divulgação das resoluções que garantem o uso do nome social e de banheiro público de acordo com a identidade de gênero.


   Foto: Adaptação de cartaz do filme Transamérica.

     Resolvi escrever sobre esse assunto depois de ver uma matéria circulando pelas redes sociais e gerando polêmica, principalmente porque a maioria só lia o título e mesmo lendo o texto todo continuaria tendo uma visão errada, o que na verdade é a real intenção do site “Cabral arrependido”, qualquer um com mínimo senso crítico e inteligência, percebe que os responsáveis pelo site fazem campanha contra o PT, a atual presidente e Jean Wyllys (PSOL), quero deixar claro que meu propósito não é defender políticos e sim a comunidade LGBTTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros).
     “Agora é Lei, um homem LGBT poderá usar o mesmo Banheiro da sua Filha na Escola”, esse é o título da matéria usando foto da Dilma e algumas vez também do deputado Jean Wyllys, é lógico que uma frase como essa faz com que muitas pessoas, algumas já com tendências preconceituosas e que não tenham nenhum entendimento sobre transexualidade acreditem que a partir de agora homens poderão entrar no banheiro de suas filhas e mostrar o pênis pra elas.
     Antes de tentar esclarecer melhor o que a lei propõe, quero deixar algumas perguntas que devem ser respondidas por e para vocês mesmos.
  •       Se uma travesti ou trans não pode usar banheiro feminino, então pode usar o masculino, mesmo que tenha aparência feminina?
  •           Se você é macho e não quer uma travesti mijando do teu lado então ela pode usar o banheiro feminino?
  •           Se uma travesti define seu sexo como feminino mas não pode usar o banheiro feminino e usando o masculino corre risco de ser agredida, que banheiro deve usar?
  •      Criar uma outra opção de banheiro, como alguns sugerem, não geraria ainda mais custos as instituições, não seria uma forma de discriminação, isolamento ou de colocar à margem alguém que quer inclusão e não exclusão?

                                                                                                                                                                 
           É fundamental deixar bem claro que o projeto é uma resolução do Conselho Nacional de Combate à Discriminação que ORIENTA escolas e universidades a reconhecerem e adotarem o nome social de travestis e transexuais, além de garantir que a pessoa transgênero escolha qual banheiro ou vestiário vai usar.
     Para os pais de família que se preocupam com o fato de ter alguém com pênis urinando ao lado de sua filha ou que heteros passarão a usar banheiro feminino para abusar de meninas, seguem algumas explicações bem claras e de fácil entendimento para ignorantes de plantão:
 _ Em banheiros femininos não existem mictórios com uma urinando ao lado da outra, portanto, sua filhinha não verá o pênis de ninguém, só se ela quiser, é claro;
_ Sua filha não correrá risco de ter um homem hetero usando o banheiro feminino com más intenções, pra isso ele teria que passar a usar roupas femininas e se comportar como tal;
_ Garanto que se sua filha tiver uma boa educação e for bem esclarecida tanto na escola quanto em casa, ela não terá preconceitos e até será uma ótima colega, com certeza ela já deve ter algum amiguinho gay;
_ Uma pessoa trans ou travesti não vai querer entrar no banheiro feminino só para ver a xoxotinha da sua filha, bem pelo contrário, a maioria quer distância;

     A ativista trans Daniela Andrade para o Portal Fórum, afirmou que não é o Estado que vai dizer qual o nome que deve ser usado, mas sim a pessoa que reivindicar a alteração. “A identidade de gênero é de autorreconhecimento soberano. Ninguém tem o direito de dizer que eu não sou mulher. Só quem pode entender isso sou eu mesma. A Constituição define que o Estado brasileiro vai prezar pela dignidade da pessoa humana. Será que é possível tratar dignamente uma pessoa, que se reconhece como mulher e quer ser chamada de Maria, chamando-a de João? e ressaltou também que a lei de registros públicos – Lei 6.015, de 1973 – definiu que o nome civil poderia ser mudado em algumas situações, como a exposição ao ridículo e disse ainda que os deputados deviam se preocupar em legislar sobre saúde, educação, segurança, em vez de se mobilizarem para derrubar direitos da população LGBT. “Eu queria saber o que mais eles fazem além de agir contra os poucos direitos conquistados por nós. Parece que vai acontecer a terceira guerra mundial, porque as pessoas trans vão ter o direito de ser chamadas pelo seu nome social”.
     Marco Feliciano e Jair Bolsonaro estão entre os políticos que querem cassar a resolução, o que não nos surpreende, afinal de contas não é á toa que são chamados de “fiscais de cu”, qualquer projeto que seja para defender os direitos dos gays esses dois homofóbicos e a bancada religiosa serão contra.
     O que também me indigna, além dos políticos que não entendem o quanto isso nos atinge e que nossos direitos não afetam a vida dos heteros, desde que esses mesmos heteros tenham compreensão e respeito por nós LGBTTTs, mas além disso o que realmente me entristece é ver pessoas próximas, colegas, se posicionando contra a lei, sem mesmo entendê-la ou sem tentar se colocar no lugar do outro, sem entender que algo que pra você, cotidianamente é tão simples, como o nome na chamada ou poder usar banheiro público, para outra pessoa é algo muito importante, não coloque seu posicionamento político na frente do seu respeito, ser contra a Dilma ou PT não pode fazer com que você seja contra qualquer projeto que faça parte do governo atual, analise antes de mais nada se realmente o projeto te atinge e quais os benefícios para o outro, pois independente se o outro é homem, mulher, gay ou hetero, merece ser feliz.


Abraços Orgulhosos!

Alex Tietre




domingo, 3 de maio de 2015

QUEM TEM MEDO DE MARCO FELICIANO?

 Assistindo a entrevista de Feliciano ao Roberto Cabrini no Conexão Repórter do SBT tive mais uma vez medo da lábia dele e principalmente medo do fato de querer ser presidente do Brasil.


     Foto: momento divã ou diva, como preferir.

     A primeira vez que tive "medo" do Marco Feliciano foi logo depois da minha manifestação no Maracanã, em todas as minhas entrevistas fui muito claro que o que havia feito era também para atingi-lo, pois na ocasião ele era o presidente da Comissão dos Direitos Humanos e tramitava o tal projeto de "cura gay", em algumas matérias sobre mim foram publicadas de forma errada que eu tinha dito que o projeto era dele, lógico que eu sabia que não era, mas também não sou bicha burra de acreditar que ele não fazia parte do projeto que tinha como autor o deputado João Campos (PSDB-GO), felizmente depois de menos de uma semana após eu ter erguido a bandeira gay na Copa das Confederações, o projeto que pretendia tratar homossexuais psicologicamente foi arquivada... Graças a Deus, Deusas, São Sebastião, Oxum, Madonna, Lady Gaga e etc.
     Enfim, na primeira vez que tive medo dele foi em uma entrevista em que ele se defendia do meu "ataque", dizendo que não era o autor do projeto e mimimi... mas não foi por isso que tive medo dele, pois sempre digo que não tenho medo de nada, mas nessa entrevista percebi o quanto ele é ardiloso e pra ser mais claro vou usar a bíblia, assim como ele faz o tempo todo, posso dizer que Marco Feliciano é um lobo em pele de cordeiro, com seu jeitinho manso e meigo (hehe... adorei usar essa definição pra ele) de falar, ele convence muitos facilmente. 


     A segunda vez que tive medo dele foi assistindo o programa Conexão Repórter, tentei achar o vídeo para colocar aqui mas não consegui, então resolvi colocar esse vídeo que é um clássico de suas pregações, pedindo senha do cartão de um dos fiéis, mas na entrevista cedida ao SBT ele mais uma vez se fez de vítima, falou de sua infância triste, das agressões que ele e sua família sofrem, se realmente isso for verdade sou totalmente contra violência, ele disse também que estudou muito sobre homossexuais e entre todos que entrevistou, 80% foram abusados sexualmente, apesar de ser contra violência, nessa hora me deu vontade de dar uma voadora no peito dele... uma de suas filhas, que também foi entrevistada, disse que se uma delas fosse lésbica o pai respeitaria (sabe de nada inocente).
     Resumindo, a entrevista fez com que ele realmente parecesse um cordeirinho quase sendo sacrificado, lutando pelas famílias usando dois livros, Bíblia e a Constituição, apesar de termos um Estado Laico. O fato de Feliciano desejar ser presidente do nosso país me faz ter ainda mais medo do porvir, pois como ele mesmo disse, acredita que é mais fácil ter um presidente evangélico que um presidente gay e isso me faz querer lutar cada vez mais contra o preconceito e homofobia, fazer com que as pessoas entendam que a pregação religiosa associada a política é muita mais maléfica do que a presença de gays, então sigamos na luta, erguendo bandeiras, saindo do armário, beijando muito, postando em nossas redes sociais o quanto famílias gays também são importantes para a evolução da sociedade, entre outras tantas formas de nos posicionarmos.


Abraços Orgulhosos!

Alex Tietre