sábado, 31 de outubro de 2015

BOLSONARO ME CHAMOU PRA BEBER CERVEJA

No final de uma entrevista e depois de um questionamento meu, Bolsonaro me chamou para tomar uma cerveja com ele, seu filho e equipe.

Foto reproduzida: site Extra


    Vou começar esse texto explicando o título. Sim, hoje ele me chamou pra tomar uma cerveja, pra que eu acreditasse que ele não é homofóbico e que é gente boa.         É dessa forma e com seu sarcasmo que tira aplausos e gargalhadas, assim que ele está conquistando muitas pessoas, é falando que quer acabar com a violência e que espera que todos sejam ricos, que ele vai iludindo muitas pessoas que estão cansadas de violência e preferem como ele, que os bandidos sejam mortos.
      Mas preciso explicar que esperei acabar a entrevista para confirmar tudo que já tinha ouvido falar dele e também, para não atrapalhar o colega que o entrevistava, mas antes de escrever aqui o que disse a ele, preciso citar uma das falas dele que motivou a me manifestar.
_ Bolsonaro disse (mais uma vez) que uma criança afeminada se levar palmadas , não será gay;
Agora segue um pouco do que eu disse:
“Tentei aqui, como estudante de jornalismo, ser imparcial, mas isso é impossível quando o que você diz me atinge.” Sim, chamei ele de você, não chamaria ele de senhor, como muitos lá fizeram, pois não tenho respeito nenhum por esse ser.
      Falei que já fui agredido e citei outro fato trágico que prefiro não comentar aqui, mas que sempre procurei ser uma pessoa com ética, que nunca fiz nada que prejudicasse ninguém, que minha família tem muito orgulho de mim e que minha mãe fala isso sempre. Então questionei:
“Será que mereço ser agredido só por amar alguém do mesmo sexo? Será que mereço perder a pessoa que amo assassinada?”
      Algumas pessoas nesse momento tentaram me calar, mas segui dizendo que o pensamento de que uma criança afeminada levando palmadas, deixa de ser gay, é ridículo. Com certeza isso não faria com que eu deixasse de ser gay, isso poderia sim, me  tornar uma pessoa violenta. Ele como formador de opinião, deveria entender que muitas pessoas ignorantes seguem o que ele diz e que por mais que afirme não ser homofóbico e que não é machista e etc, esses ignorantes que votam nele podem sim ser violentos com gays e mulheres. Finalizei perguntando se ele não percebe que está instigando a violência.
      Ele como bem percebi, se esquiva, muito bem, dos rótulos de homofóbico, racista, machista e etc, mas com seu sarcasmo que gera risadinhas ignorantes e aplausos de macacos de auditório, deixa bem claro seu posicionamento dizendo:
_ Que gays são os maiores transmissores de HIV, que a maioria dos pedófilos são gays;
_ Que é contra sistema de cotas, perguntou para uma aluna negra se ela é a favor de cotas para brancos no pagode;
_ Que a Simone de Beauvoir era pedófila e que as escolas estão ensinando as crianças a serem gays;
_ Que é a favor da pena de morte e que por ele daria fuzil para algumas pessoas e que qualquer um com mais de 21 anos deveria ter uma arma.

Ele disse outras asneiras, mas enfim... não estou colocando aqui nenhuma novidade e apenas coisas que ele disse fora da entrevista, não me surpreendi com as coisas que ele disse, mas tiveram duas coisas que mexeram comigo, uma delas foi a energia ruim que recebi, saí do estúdio me sentindo sujo por ter ouvido tudo aquilo, como se tivesse sido cúmplice de violência, saí pra baixo, querendo um banho de sal grosso. 
Outra coisa que me surpreendeu foi que está bem claro que pretende ser candidato a presidente e que muitos naquele estúdio o idolatram, vou dizer algo que nunca pensei em dizer...  se ele um dia for presidente, eu saio do Brasil, não consigo pensar em outra solução, e como ele conquista um grande número de pessoas insatisfeitas por conta da violência, ele também conquista machistas, homofóbicos, religiosos, xenófobos, racistas (por ser contra cotas) e pessoas idiotas que não entendem nada de direitos humanos, isso faz dele (infelizmente) um grande candidato.
      Respondo aqui o convite para a cerveja, pois não pude responder pra ele e nem pude falar mais:
Não Bolsonaro, eu não bebo e mesmo que bebesse, jamais faria isso na sua companhia e jamais votaria em você, hoje você só me confirmou todo pensamento que tinha, espero nunca mais ter que estar no mesmo ambiente que você, minha sugestão é que abandone a política e comece a fazer stand-up comedy, mas mesmo assim acho que não vou rir.

Obs: Não compartilhei aqui conteúdo da entrevista do colega que o entrevistou, apenas palavras ditas por mim ou por Bolsonaro durante intervalos e depois do fim da entrevista.
Agradeço as pessoas que depois me deram apoio, algumas disseram que se emocionaram com o que eu disse e recebi até abraços, isso me dá esperanças.

ABRAÇOS ORGULHOSOS
ALEX TIETRE

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Câmara define como família somente pai e mãe

Decisão da Câmara dos deputados exclui gays do Estatuto da Família

Por Gabriela Lima

Foto reprodução

     Na última quinta-feira, foi divulgado um Projeto de Lei com aprovação na Câmara dos Deputados pela Comissão Especial do Estatuto da Família (Projeto de Lei 6583/13), considerando união somente pai e mãe, tendo 17 votos favoráveis contra cinco contrários. Era um resultado esperado, pois havia uma bancada com muitos parlamentares religiosos.


     Essa decisão causou indignação em muitas pessoas e vem gerando questionamentos. Quem perdeu seus pais cedo, não pode ser considerado no Estatuto da Família? Temos visto na TV diariamente casos onde os pais abandonam seus filhos, rejeitam, ou até morrem... como ficam esses “órfãos”?!



     Alice Paura, 26 anos, sabe bem como é isso e comentou sobre o seu ponto de vista. “Pai e mãe é quem cria, quem dá amor, carinho, quem ensina e quem acompanha todos os nossos passos. Pai e mãe não é apenas quem registra ou quem faz. Pai e mãe são os que são presentes no nosso dia a dia. Perdi meus pais tinha 4 para 5 anos de idade, fui criada pelos meus avós e graças a eles tive um pai, uma mãe,  tive educação, tive muito amor e nunca me fez sentir falta dos que se foram. Nunca sofri com a ausência dos meus pais biológicos, pois os que me criaram fizeram o papel corretamente. Então na minha opinião essa lei não significa nada.  Pais são aqueles que  criam  e não quem faz!”  
     Érika Kokay (PT-DF), diz, "institucionaliza o preconceito e a discriminação", porém o deputado Takayama (PSC-PR) retrucou ao que ela disse e aos berros “homem com homem não gera" e "mulher com mulher não gera", logo em seguida manifestantes gritaram:"não gera, mas cria".

Antes da votação o site da Câmara dos deputados realizou uma enquete popular, veja abaixo o resultado:

     Enquetes - Resultado


Como é possível ver na imagem, os deputados não deram importância para a enquete.

Beijos de gloss!

Gabriela Lima


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