quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Leo, eu também sou sapatão

Quem pode e quem não pode usar as palavras "sapatão" ou "viado"?


Leo Fressato - arquivo pessoal do cantor

     "Eu não sei você, mas eu sou sapatão... eu vim de caminhão", mais ou menos assim que começa, mais essa deliciosa música do meu, do seu, do nosso Leo... assim como na marchinha "Maria Sapatão" que conheço desde criança e ficava feliz, por saber que existiam pessoas que se identificavam além de um único gênero... a música de Leo, pelo que conheço dele, é nada mais que uma homenagem para as mulheres que ele ama e que também amam mulheres, esse "piazinho" (como chamamos os meninos no Paraná), é a alegria em pessoa, estar com ele é estar numa celebração pela vida e ele jamais usaria a sua arte para o preconceito, quem o conhece, mesmo que pouco, sabe que esse maravilhoso cantor, fala de amor e faz com amor suas músicas.
     É uma pena que estejamos vivendo um momento em que não se sabe identificar onde está o real preconceito, o real desrespeito. Leo e eu, por exemplo, temos todo o direito de falarmos viado ou sapatão, pois falamos com orgulho do que somos... diferente daqueles que dizem com ódio ou rejeição. Essa história de politicamente correto tem que ser repensada em determinados casos, pra não ficarmos chatos demais... não pode mais cantar atirei o pau no gato, nem nega do cabelo duro, nem olha a cabeleira do Zezé... daqui a pouco só poderemos cantar música gospel.
     A música de Leo, ao invés de reforçar o preconceito, como alguns podem pensar, ela defende uma causa, direitos, expõe uma realidade, fala de adoção... com naturalidade, a mesma naturalidade que ele fala de amor.
     Por falar de amor, Leo Fressato... amei sua música, quanto mais te ouço, quanto mais te conheço... amo mais. Parabéns!
E que tenhamos mais coragem de levantarmos bandeiras, de sermos afetados, femininos, masculinas, sapatãs, viadas, travestidas, caminhoneiras, bichas, o que quisermos ser, contanto que sejamos felizes e tenhamos nossos direitos respeitados... agora subam em seus caminhões e curtam o carnaval.

Eu não sei você, mas eu sou o que quiser ser!




ABRAÇOS ORGULHOSOS!

Alex Tietre

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